miércoles, 6 de noviembre de 2013

Pedro Rodrigues entrevista a Gonçalo Salgueiro

Se abre una nueva etapa en Futbol Zon Sagres, ya que por primera vez damos cabida a entrevistas escritas en portugués, para ellos contamos con la gran suerte de que Pedro Rodrigues Vidal, jugador de fútbol y periodista nos acerque de primera mano el tema que tanto nos apasiona.Sin duda todo un privilegio.

En la primera ocasión conversa con Gonçalo Salgueiro, que acaba de tener una experiencia en el fútbol noruego, sin más os dejo con la entrevista.

Gonçalo Salgueiro, 25 anos, formado nas escolas do Seixal FC e com passagens pelo Corroios, Vit. Setúbal (jun), Paio Pires FC e Beira-Mar de Almada, abraçou no início deste ano uma carreira internacional. A convite do treinador Hugo Vicente, o jogador aceitou o desafio e mudou-se durante meia-época para os noruegueses do Bergsoy IL. Fomos falar com ele, saber o que achou da experiência e o que espera do futuro.

Bom dia Gonçalo. De volta a Portugal após 3 meses na Noruega que balanço fazes desta experiência?

Bom dia a todos, e antes de mais Parabens pelo trabalho desempenhado! Desconheçia o vosso blog, mas desde que me foi mostrado pela 1ªvez que me tornei num espectador assíduo. Relativamente a esta experiência, foi uma experiência bastante positiva, e da qual jamais me irei esqueçer. Foi a 1ª vez que vivi fora do meu país e longe da minha familia. Não posso dizer que correu tudo conforme planeava (porque apesar de nos queixarmos do nosso país, lá fora por vezes as coisas também não correm de feição), mas a nível futebolistico, sim, correu tudo muito bem. Fomos 2 portugueses (Eu e o Fábio Oliveira, ex-Arrentela) e demos boas réplicas daquilo que fomos fazer.

Abraçamos também um projecto como treinadores, e, nesse capítulo, desenvolvemos um trabalho muito bom nos iniciados. No campeonato de Outono (nas camadas jovens na Noruega, existem 2 campeonatos por ano – um entre Março e Junho e outro de Agosto a Outubro) ficámos em 2.º lugar atrás do Alesund FK que é a terceira equipa mais popular da Noruega, a seguir ao Rosemborg e ao Molde, treinada pelo antigo jogador do Manchester United Ole Gunnar Solskjær. No meu caso, já tinha 3 anos de experiencia cá em Portugal como treinador principal de camadas jovens, e levei um pouco da nossa “metodologia” de treino, que me ajudou bastante a cumprir os objectivos e a conseguir o brilhante resultado obtido.

Como surgiu o convite por parte do treinador Hugo Vicente?

Bem... antes de mais o Hugo Vicente já tinha sido meu treinador em Portugal, no Paio Pires Futebol Clube, quando eu era 2º ano de sénior. Nesse ano, recebi o convite da parte dele e da parte do treinador adjunto (Gonçalo Dordio) e depois de muitas conversações, conseguiram-me convencer a “abraçar” o projecto que os estava a lançar no futebol sénior. Nesse ano fui considerado jogador da epoca no Paio Pires, e no ano a seguir tive algumas propostas e acabei por sair para abraçar outro desafio. No ano seguinte o Hugo, ainda ficou no Paio Pires onde acumulava funções lá, e como treinador também no SL Benfica no centro de estagios do Seixal, tendo saido apenas 2 anos depois para o Sp. Braga. Depois de 3 anos em Braga, foi para o Bergsoy IL. O convite surgiu em final de Maio, quando o Hugo queria reforçar a sua equipa na Noruega, e questionou me a mim e a mais 6 jogadores se estariamos interessados em abraçar este desafio. Pelo que sei, todos responderam que sim, mas devido à politica do clube, acabaram por poderem ir apenas 2 e a escolha recaiu em mim e no Fábio Oliveira.

Qual o tipo de jogo que é praticado na Noruega e como é que um jogador português se consegue integrar?

É um futebol totalmente diferente do futebol português. O futebol na Noruega está a crescer, e é notorio os esforços que se esta a fazer para fazer daquele um futebol de eleição. Mas, neste momento, está ainda em processo de desenvolvimento. Ou seja, ainda se vê algumas equipas a praticar o tipico “jogo directo” mas já começam a esforçar-se por praticar bom futebol. No geral, a nível técnico eles são bastante evoluidos, trabalham muito por exemplo o passe e o remate e nisso, são mais evoluídos que nós. A nível táctico julgo que não haja tanta qualidade nos treinadores como nos portugueses, principalmente nos treinadores de camadas jovens. Em Portugal existe um maior equilíbrio tático nas equipas. Para o jogador português, claro que depende sempre do tipo de jogador, mas, no geral, julgo que é facil a integração, principalmente porque é um futebol onde há espaço para jogar, e onde a qualidade dos treinadores não esta, ainda, muito desenvolvida, ou seja, por vezes apanhamos jogadores que, apesar de terem uma grande qualidade tecnica como referi, a nível tactico acabam por cometer alguns erros e por vezes os principios de jogo deviam de estár melhor desenvolvidos, e isto acontece, devido a fraca qualidade dos treinadores de camadas jovens.

Como eram os treinos? E os jogos?

Os treinos normalmente, não eram nada de estranho para nós visto que o treinador era português. Exercicios muito bons, sempre com oposição, trabalho especifico, e uma grande preparação para cada jogo. Tinhamos sempre videos das outras equipas onde tudo era estudado ao pormenor, e que nos ajudava a conheçer os pontos fortes e fracos do adversário, havendo sempre durante a semana uma palestra que nos ajudava também a perceber os objectivos de um determinado exercicio nos treinos durante a semana.

Relativamente aos jogos, é sempre a parte mais fascinante para quem gosta deste desporto. Havia sempre muita gente a ver os jogos, havia alguns costumes diferentes aos nossos, a nível de jogo, de balneario e mesmo a nível de “Fair Play” que enriqueçeram e muito esta esperiencia.

Qual era a tua relação com os colegas de equipa e como foste recebido por todos quando chegaste?

Fui muito bem recebido. Não só pelos colegas de equipa como por toda a gente na cidade. É uma cidade que vive futebol onde todos são fãs do Bergsoy IL. Por isso, posso afirmar que dentro das diferenças culturais existentes fomos muito bem recebidos. Chegar a meio da época nunca é fácil e ainda por cima depois de dois meses de férias (que o campeonato cá tinha acabado em inicio de Junho e nos começamos a jogar lá no inicio de Agosto). Na semana em que chegámos tivemos logo jogo; ou seja, foi competir sem pré-epoca, mas os primeiros jogos correram-nos bem em termos individuais e isso ajudou a que as coisas se simplificassem. Conhecemos também por lá algumas pessoas com ligações ao nosso país e isso também ajudou nestes meses.

Em termos de expectativas desportivos o clube conseguiu atingir o que se propunha quando te apresentaram o projecto desportivo?

Sim, quando chegamos já era complicado chegar ao 1º lugar para não dizer impossivel. Já havia uma grande diferença pontual para o 1º. Sendo assim, o objectivo apresentado, era levarmos para lá uma mentalidade diferente, ajudarmos na prática dum bom futebol apoiado e o objectivo a nível de tabela classificativa era chegar ao final nos primeiros 4  lugares e fazer mais pontos do que a equipa tinha feito na epoca anterior. Acabamos por conseguir ficar nos primeiros 4 lugares e fazer mais pontos do que o que tinhamos feito na epoca passada, por isso, a equipa conseguiu cumprir todos os objectivos.

Que conselhos darias aos jovens jogadores que queiram singrar no estrangeiro?

O melhor conselho que posso dár, é para arriscarem mas sempre com as devidas precauções. A vida lá fora nem sempre é facil, e temos primeiro de saber para que local vamos e como é a vida nesse local, diferenças culturais, etc etc.... Assim como cá em Portugal por vezes são cometidos erros, promessas, etc etc, lá fora esses erros também existem. Por isso, depois de uma boa ponderação, e se a proposta for uma proposta irrecusável, arrisquem e vão a luta.

Em termos de futuro, agora que terminou a época na Noruega, o que se segue?

Sinceramente ainda não sei. Agora estou de ferias, mas para regressar ao estrangeiro neste momento a proposta tem de ser muito interessante. Falta-me a tese do meu mestrado em Engenharia Mecânica para o finalizar e, por isso, por agora devo ficar até Julho por Portugal. Mas, como o futebol é um sonho, e, se me apareçer uma proposta muito interessante, quem sabe.... Neste momento tenho algumas propostas e estou a analisa-las e por isso nos proximos dias, deve haver novidades.

Muito obrigado e felicidades para o futuro!

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